macacos pensaram fora da caixa quando nem existiam

Macacos pensaram fora da caixa quando nem existiam caixas

Já faz um tempo que venho dizendo que sou um darwinminion, já que em meus estudos sobre criatividade, minha visão converge com a do autor do livro Origem das Espécies, ou mais exatamente, “A Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural, ou Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida”. E o que uma coisa tem a ver com a outra? Explico. Acredito que a criatividade está visceralmente ligada à nossa evolução genética e tem até hoje uma imensa influência no status do Homo sapiens. Criatividade não é um dom, mas, ao contrário, é uma ferramenta biológica de adaptação e, consequentemente, de sobrevivência. Faz parte de nosso legado genético e pode ser considerada como um dos principais componentes de nosso comportamento. E é por isso que acredito que, dentre tantos outros conteúdos, a psicologia evolucionista está no centro da discussão sobre os processos criativos e seus desdobramentos.

Conhece a psicologia evolucionista?

A psicologia evolucionista é um ramo da psicologia que se baseia na teoria da evolução de Charles Darwin e busca compreender como os processos evolutivos influenciaram o desenvolvimento da mente e do comportamento humano. Essa perspectiva sustenta que muitos aspectos da psicologia humana, como emoções, cognição, percepção e comportamento social são produtos da seleção natural ao longo de nossa história evolutiva.

De acordo com a psicologia evolucionista, os seres humanos possuem uma série de características psicológicas universais que evoluíram para se adaptar aos desafios e demandas do ambiente ancestral em que nossos antepassados viviam. Essas características, chamadas de “mecanismos psicológicos evolutivos”, são consideradas adaptações que ajudaram nossos ancestrais a sobreviver e se reproduzir.

A psicologia evolucionista também aborda uma ampla gama de temas, desde a atração sexual e seleção de parceiros até o desenvolvimento da linguagem, comportamento parental e cooperação social. Ela busca explicar como essas características e comportamentos evoluíram ao longo do tempo e como eles contribuem para a adaptação e sucesso reprodutivo dos indivíduos. E por ser considerada também como uma habilidade cognitiva, me concedi a liberdade de eleger a criatividade como protagonista entre estes temas.

É importante ressaltar que a psicologia evolucionista é uma abordagem teórica e não determinista. Ela busca entender os padrões gerais do comportamento humano, mas reconhece que existem variações individuais e influências culturais que também moldam o comportamento humano, no que também concordo plenamente.

As influências ao nosso comportamento

Em meus estudos conclui, até o momento, que existem, na verdade, 7 grandes elementos influenciadores do nosso comportamento e, consequentemente, de nossa capacidade criativa. O Heptagrama, como eu chamo esse conjunto de influências, contempla elementos como Legado Genético, Padrões Adquiridos, Hormônios Disciplinares, Imperativo Social, Ambiente Temporal, Pensamento Racional e Alterações Bioquímicas. Não vou entrar em detalhes de cada um, pois isso daria um livro. Aliás, vai dar em breve.

Como disse, a criatividade é um aspecto fundamental quando discutimos psicologia evolucionista já que a seleção natural favorece características que aumentam as chances de sobrevivência e reprodução. Fica claro pra mim que a criatividade se desenvolveu de forma exponencial, a ponto de se transformar em uma imensa vantagem evolutiva, facilitando a resolução de problemas e a adaptação a novos desafios.

Através da criatividade, o ser humano tem sido capaz de gerar novas ideias, combinar conceitos de maneiras originais e encontrar soluções únicas para problemas de todos os tipos e tamanhos. Graças a criatividade, macacos espertos foram aprendendo ao longo do tempo a enfrentar, com invejável desenvoltura, os problemas complexos relacionados à sobrevivência, como conseguir alimentos, abrigo, lidar com ameaças, gerando cada vez mais conforto ao facilitar as tarefas do dia-a-dia.

A sociedade evoluiu bastante, evidente, mas nosso propósito como espécie não. Somos, de fato, muito criativos, mas continuamos a trabalhar feito animais para ganhar dinheiro e, com  ele, conseguir alimentos, abrigo, lidar com ameaças, gerando cada vez mais conforto ao facilitar as tarefas do dia-a-dia.

Henrique Szklo
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