Neuropsicologia da Criatividade

Desvendando a criatividade com ciência

Desde meados da década passada tenho me dedicado a um estudo profundo relacionado ao Comportamento Criativo. Meu objetivo sempre foi entender o funcionamento do cérebro para, como estou sempre dizendo “ajudar o nosso cérebro a nos ajudar, gastando menos tempo e menos energia para ter mais e melhores ideias”. Ou seja, A Neuropsicologia da Criatividade é uma investigação de nossos processos mentais, fisiológicos e psicológicos e sua influência na criatividade e no comportamento humano. É usar a ciência como base de estudo sobre a Criatividade, mas buscando traduzir um assunto tão complexo para um formato prático, coloquial e divertido.

Para estudar criatividade, não é preciso estudar criatividade


A Neuropsicologia da Criatividade é um estudo holístico que nasceu no início dos anos 2000 de forma essencialmente empírica, baseado principalmente na minha própria experiência pessoal como criativo, nas lições valiosas aprendidas ministrando aulas e treinamentos de criatividade e em minha capacidade de observação. Hoje, envolve várias vertentes do conhecimento humano como psicologia, biologia, genética, neurociência comportamental, filosofia e ciência cognitiva. E isso só foi possível porque ao longo dos últimos anos tenho buscado a colaboração de um grupo de notáveis de várias áreas do pensamento humano. Como bem frisou Isaac Newton, “Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”.

Essa terra de gigantes tem como cidadão emérito, Charles Darwin. Me defino, inclusive, como um darwiminion, já que compactuo com a visão da Teoria Evolucionista que, no meu entender oferece todas as explicações necessárias para se compreender como chegamos até aqui e qual o papel da criatividade neste processo. Os companheiros do eminente cientista, porém, têm similar estatura, como Freud, Piaget, Jung, Pavlov, Skinner, Vygotsky, Kant e outros menos célebres, mas não menos afiados, como Joseph Campbel, Solomon Ash, Arari, Steven Pinker, Richard Dawking, Paul Ekman, Ivan Izquierdo, Ramon Cosenza e Leonor Guerra. Tento sempre promover o máximo de conexões possível, confrontando meus pensamentos com os desses mestres, misturando tudo no liquidificador mental e criando novas sinapses que resultem numa visão original sobre a criatividade.

Tudo o que fazemos deriva da necessidade imperiosa de sobreviver


A natureza é conduzida por inúmeros elementos, mas vamos nos ater a um sujeito bem específico: o gene. Uma força extraordinária que comanda a vida de plantas e animais, incluindo, obviamente, o Homo sapiens. E uma de suas imposições básicas é o que eu chamo de Diretiva Primária, o comando inconsciente que determina de forma enfática e absolutamente implacável a necessidade primordial de sobreviver. “Sobreviva, a qualquer custo!”, diria o gene se boca tivesse. Não há nenhuma brecha para hesitação ou questionamento. Sobreviver é a coisa mais importante para os seres vivos e ponto final, eles sabendo disso ou não. Assim sendo, todo o comportamento de plantas e animais deriva deste comando.

Uma máquina chamada cérebro


O gene, no caso específico dos animais, se utiliza de uma máquina de imensa capacidade de processamento para executar seus ambiciosos planos de sobrevivência, proliferação e evolução: o cérebro.

Responsável por cumprir com a nobre missão de levar a cabo a Diretiva Primária, nosso órgão mais importante trabalha em diversas frentes. A luta pela sobrevivência exige esforço, dedicação e a capacidade de uma máquina poderosa que funcione por meio de rotinas muito precisas e lógicas. Somente um sistema com este seria capaz de administrar organismos tão extraordinários como os corpos dos animais, unidades de carbono com uma quantidade de processos tão numerosos quanto complexos que fogem à nossa capacidade de reconhecê-los e muito menos compreendê-los por completo.

Nossa vida depende do nosso comportamento


Sempre com o objetivo de favorecer nossa sobrevivência e evolução, esta poderosa máquina utiliza um conjunto numeroso de programas que chamamos de “comportamento”, ou seja, as diversas maneiras, ou ferramentas, que os individuos utilizam para lidar com os cenários e circunstâncias que enfrentam todos os dias de sua vida de forma a preservar sua existência. E um destes programas é chamado de “Criatividade”.

Ferramenta de adaptação


Criatividade é apenas mais uma das muitas ferramentas utilizadas pelo nosso cérebro, com a função de colaborar no esforço de sobrevivência, sendo responsável pela capacidade de adaptação ao ambiente. Diante de um evento novo e desconhecido, portanto potencialmente perigoso, os animais precisam ter a capacidade de improvisar uma solução se quiserem lutar pela preservação de suas vidas. E essa capacidade de solucionar problemas até então desconhecidos é o que chamamos de criatividade. Todos os animais a possuem num modelo bastante primitivo, que permite seu acionamento apenas em situações de perigo iminente. Já no ser humano, com seu cérebro poderoso, esta ferramenta adquiriu outra dimensão e é capaz de produzir pensamentos originais sem que haja nenhuma ameaças a sua integridade, podendo ser acionada apenas pelo desejo racional do indivíduo.

O lugar da criatividade em nossas vidas


No infográfico abaixo, você pode conferir a posição hierárquica que a criatividade ocupa no complexo sistema da vida.

cadeia hierarquica da vida animal

Os 7 agentes modeladores de nosso comportamento


heptagrama henrique szklo 2

Somos todos da mesma espécie, mas então por que uns têm mais facilidade para criar do que outros? Mesmo tendo a mesma formação e vivendo vidas parecidas, as diferenças são evidentes. A explicação é que nosso comportamento sofre a influência de 7 agentes modeladores que ocupam espaços, tamanhos, pesos e intensidades diferentes em cada indivíduo, afetando diretamente seu comportamento e, consequentemente, sua capacidade de criar. A este conjunto eu chamo de Heptagrama.

O Heptagrama do Comportamento Criativo é a base da Neuropsicologia da Criatividade. É nele que encontramos minha visão sobre criatividade e comportamento e todas as argumentações lógicas que buscam oferecer credibilidade e validade à teoria. É um conteúdo bastante extenso e profundo que está sendo desenvolvido em um livro a ser lançado brevemente.

Veja em tamanho maior aqui.

Como a criatividade pode avançar em nosso cérebro


Este outro infográfico é baseado na teoria da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) do  fundador da escola soviética de psicologia histórico-cultural Lev Vygotsky.

A ZDP foi uma construção-chave na teoria de Vygotsky sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil. É definida como o espaço entre o nível de conhecimento que um aluno pode atingir sem ajuda versus o que ele pode atingir com a orientação de um adulto ou em colaboração com colegas mais capazes. No caso da Pirâmide de Evolução da Potência Criativa, esse processo pode ser aplicado a pessoas de todas as idades, não importando sua idade, formação ou área de atuação.

Resumidamente, o gráfico representa o nível criativo que um indivíduo pode atingir em função das ações que executa de forma progressiva. Sendo este um processo de decisão individual, serve também para avaliar até onde se quer chegar e os custos emocionais envolvidos nesta decisão.

piramide de potencia criativa

A Neuropsicologia da Criatividade na prática


Como você viu no infográfico acima, criatividade não se desenvolve lendo dicas de sites, livros, twittes ou em biscoitinhos da sorte. É um processo idêntico a qualquer atividade que você deseja realizar com um mínimo de qualidade e dignidade, como aprender uma profissão, falar outra língua ou praticar um esporte. É preciso compreensão da base lógica da atividade, repetição exaustiva, experiência prática e dedicação. É inevitável dispender tempo e energia para cada degrau que se deseja subir. E se esse tempo e energia fossem reduzidos, mas com um resultado melhor e mais prolífico? Interessa? Este é o meu compromisso ao oferecer o Help-Your-Brain-To-Help-You™, meu método de aceleração e expansão criativa. Veja aqui.

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